Entrevista Ricardo Cappelli

16/11/2009

SEXTA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2009

Presidente da UNE até 1999 e filiado ao PCdoB, Ricardo Cappelli é o atual presidente da Lei de Incentivo ao Esporte

Fonte: Guilherme Costa –  Máquina do Esporte

 

Se a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 transformaram o esporte em um segmento destacado no projeto do Brasil para a próxima década, isso apenas confirmou a realidade que se consolidou nos dois últimos anos. Regulamentada em 2007, a Lei de Incentivo ao Esporte, similar aos planos de incentivo à cultura, tem condições de ser artífice de uma série de mudanças na política da atividade física no país.

O problema é que falta eficiência. Das propostas apresentadas atualmente, 80% não são admitidas como projeto por falta de documentação. A triagem dos processos, que não deveria ser restritiva, ainda barra quase um terço das iniciativas. E do número menor que é aprovado, apenas 30% realmente conseguem obter financiamento em empresas.

No primeiro estágio, o ponto-chave é a formação de gestores. Grande parte dos projetos rejeitados deve-se à falta de qualidade nas propostas, e o que é aceito tem concentração totalmente desigual: 92% tem origem em três Estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), sendo que São Paulo responde por 60% do valor captado.

O que deixa mais evidente a importância de qualificação de gestores é a postura aberta dos responsáveis pela Lei de Incentivo ao Esporte. Enquanto a maioria dos debates sobre o tema fala sobre benefício de uma instituição em detrimento de outras, Ricardo Cappelli, presidente da comissão montada pelo Ministério do Esporte para gerenciar a legislação, lembra que não existe uma concorrência por um mesmo recurso.

“Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece”, disse Cappelli em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

Ainda que a preocupação do Ministério atualmente seja com quantidade, não com a qualidade, a pasta é obrigada a rejeitar a maioria dos projetos. E quando os aprova, ainda precisa buscar maneiras de convencer empresas a investirem. Companhias que declaram imposto de renda pelo lucro real podem investir até 1% do valor em projetos aprovados.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: Qual é sua avaliação sobre o momento do esporte no Brasil?
Ricardo Cappelli:
Parafraseando o presidente Lula, nunca antes na história deste país o esporte esteve tão em pauta. Outro dia eu ouvi um comentário na rádio CBN de um analista de economia sobre o futuro. Ele disse que três fatores serão decisivos para um impulso ao Brasil: o pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O esporte vive um momento especial, de muitas oportunidades. O orçamento do Ministério do Esporte em 2003 era de R$ 280 milhões, mas saltou para R$ 1,3 bilhão no ano passado. O esporte sempre teve um lugar secundário na agência da política pública, mas passa por um ciclo de fortalecimento e encontrará muitas oportunidades nos próximos dez anos.

ME: E a Lei de Incentivo ao Esporte, como se enquadra nesse cenário? Como tem sido a reação das empresas?
RC:
A Lei de Incentivo ao Esporte é relativamente nova, mas já proporcionou alterações significativas na estrutura da empresas. Várias delas começaram a criar setores específicos para avaliar a visão da companhia e as oportunidades que existem para projetos no esporte. A Lei de Incentivo ao Esporte surgiu em um contexto positivo, mas ainda tem pouco tempo de vigência.

ME: Você considera a Lei de Incentivo ao Esporte como algo consolidado?
RC:
Já houve mais de R$ 150 milhões investidos em dois anos, com mais de 1,5 milhão de pessoas beneficiadas, mas a lei ainda não usou todo o potencial que tem. Tivemos uma movimentação pequena dentro do universo que existe. E o que nós vemos é que ainda existe muito desconhecimento de empresas e de proponentes.

ME: Como é feita a seleção de projetos atualmente?
RC:
A Lei de Incentivo, propositalmente, não é restritiva. Temos apenas uma restrição sobre quem pode apresentar projetos, que não podem ser feitos por pessoas físicas. A comissão que avalia é formada por membros do governo e da sociedade civil, pessoas que buscam referências para ter um equilíbrio e enriquecer a compreensão da sociedade.

ME: Por que o número de projetos é tão inferior ao volume de apresentações? O que falta para melhorar o aproveitamento?
RC:
Nossa intenção é aprovar o maior número possível de projetos. O número de registrados é grande, mas a matriz do esporte no país ainda carece de um desenvolvimento. Falta expertise nos projetos, e qualificar gestores é um grande desafio nosso para os próximos anos. É fundamental formarmos pessoas capazes de aproveitar esse recurso que está aí.

ME: Qual é a projeção da Lei de Incentivo para este ano?
RC:
O balanço de 2009 ainda não está fechado, mas a expectativa é que tenhamos o triplo de projetos em comparação com o ano anterior. Isso mostra que a Lei de Incentivo ao Esporte está crescendo e se consolidando. Tomamos medidas para acelerar os projetos, para não termos mais de 90 dias entre a apresentação, a apreciação e a definição.

Em 2007, tivemos 629 projetos apresentados e 416 aceitos. No ano seguinte, 666 projetos apresentados e 260 passaram. O número caiu drasticamente porque 80% do que chegava para nós não tinha nem a documentação necessária. Começamos a barrar logo por aí. Desde fevereiro, projeto sem documentação não forma sequer um processo.

ME: E desde que a lei começou a funcionar? A evolução está dentro de suas projeções?
RC:
O crescimento tem sido dentro do esperado. É difícil fazer qualquer balanço sem que exista um histórico, e dois anos não são suficientes para criar um histórico. Teremos um cenário mais claro daqui a alguns anos, mas estamos investindo para intensificar o crescimento.

ME: Os recursos da Lei de Incentivo ao Esporte são bem distribuídos pelo país?
RC:
Um dos problemas da lei é a concentração. 92% dos recursos captados estão divididos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com 22%, 10% e 60%. Esses dados nos fazem voltar à questão da expertise, que ainda é pouco abrangente. Precisamos aproveitar mais para crescer, e para isso precisamos de mais qualidade. O grande desafio que temos pela frente agora é qualificar a gestão do esporte em todo o país.

ME: Você fala constantemente sobre o volume de recursos liberados, mas nem tudo isso vira apoio efetivo. De tudo que é aceito em projetos, quanto é efetivamente captado com empresas?
RC:
Existe uma taxa de 30% do que é liberado que consegue efetivar a captação. Isso nos mostra que temos alguns desafios. O primeiro é aumentar a efetividade, divulgando a possibilidade que as empresas têm e mostrando a elas como funciona. Companhias não apoiam qualquer projeto. Em geral, elas preferem não alocar recursos se o projeto não transmitir total segurança. É um trabalho de divulgar a legislação, melhorar os projetos e dar credibilidade ao setor.

ME: Por que existe a restrição de não liberar verbas diretamente a atletas?
RC:
Essa é uma questão complicada. É difícil colocar dinheiro público nas mãos de uma pessoa física. Não podemos simplesmente depositar verba do governo na conta de alguém, ainda que o fim seja positivo. Mas não encaramos isso como um fator limitador, já que o atleta pode fundar sua instituição. O projeto da Isabel Swan para as Olimpíadas de Londres-2012 captou dinheiro incentivado. Para isso, criou uma entidade.

ME: Mas isso não estimula a utilização de “laranjas”?
RC:
A lei não limita o proponente, mas estimula uma interação entre atletas, federações, confederações e empresas. A ideia é que surjam parcerias, mas nada impede que um atleta crie sua própria instituição. Temos aí as fundações como Gol de Letra, Bola pra Frente e IEE. Eles nos mostram que isso é possível sem que sejam usados “laranjas”. Boa índole e má índole existem em qualquer segmento. O desafio é encontrar um equilíbrio e criar regras que se aproximem de realidades diversas.

ME: Você considera correto o direcionamento dos recursos?
RC:
Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece.

ME: O São Paulo captou dinheiro via Lei de Incentivo ao Esporte para construir um centro de formação de atletas em Cotia-SP. É legítimo usar dinheiro público para a construção de uma obra da iniciativa privada?
RC:
Na época em que o São Paulo Futebol Clube apresentou o projeto, fizemos uma consulta aos órgãos de controle e não houve veto à possibilidade. Recentemente, uma portaria delimitou o caso de construções. Em caso de emprego de dinheiro público, é preciso que os clubes ofereçam contrapartidas de uso para a população. É razoável construir equipamentos que contam com Lei de Incentivo ao Esporte e não seriam erguidos sem ela. O Maria Lenk e o Velódromo foram feitos com recurso público, mas são administrados pelo COB. Da mesma forma, o São Paulo Futebol Clube é um clube social. Não se trata de uma empresa, e essa peculiaridade precisa ser considerada.

 

SEXTA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2009

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Ricardo Cappelli

Presidente da UNE até 1999 e filiado ao PCdoB, Ricardo Cappelli é o atual presidente da Lei de Incentivo ao Esporte

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Clique aqui para conhecer melhor o entrevistado


Entrevista: Ricardo Cappelli

GUILHERME COSTA
Da Máquina do Esporte, em São Paulo

http://maquinadoesporte.uol.com.br/new/fotos/091113Entrevistaint.jpgSe a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 transformaram o esporte em um segmento destacado no projeto do Brasil para a próxima década, isso apenas confirmou a realidade que se consolidou nos dois últimos anos. Regulamentada em 2007, a Lei de Incentivo ao Esporte, similar aos planos de incentivo à cultura, tem condições de ser artífice de uma série de mudanças na política da atividade física no país.

O problema é que falta eficiência. Das propostas apresentadas atualmente, 80% não são admitidas como projeto por falta de documentação. A triagem dos processos, que não deveria ser restritiva, ainda barra quase um terço das iniciativas. E do número menor que é aprovado, apenas 30% realmente conseguem obter financiamento em empresas.

No primeiro estágio, o ponto-chave é a formação de gestores. Grande parte dos projetos rejeitados deve-se à falta de qualidade nas propostas, e o que é aceito tem concentração totalmente desigual: 92% tem origem em três Estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), sendo que São Paulo responde por 60% do valor captado.

O que deixa mais evidente a importância de qualificação de gestores é a postura aberta dos responsáveis pela Lei de Incentivo ao Esporte. Enquanto a maioria dos debates sobre o tema fala sobre benefício de uma instituição em detrimento de outras, Ricardo Cappelli, presidente da comissão montada pelo Ministério do Esporte para gerenciar a legislação, lembra que não existe uma concorrência por um mesmo recurso.

“Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece”, disse Cappelli em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

Ainda que a preocupação do Ministério atualmente seja com quantidade, não com a qualidade, a pasta é obrigada a rejeitar a maioria dos projetos. E quando os aprova, ainda precisa buscar maneiras de convencer empresas a investirem. Companhias que declaram imposto de renda pelo lucro real podem investir até 1% do valor em projetos aprovados.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Máquina do Esporte: Qual é sua avaliação sobre o momento do esporte no Brasil?
Ricardo Cappelli: Parafraseando o presidente Lula, nunca antes na história deste país o esporte esteve tão em pauta. Outro dia eu ouvi um comentário na rádio CBN de um analista de economia sobre o futuro. Ele disse que três fatores serão decisivos para um impulso ao Brasil: o pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O esporte vive um momento especial, de muitas oportunidades. O orçamento do Ministério do Esporte em 2003 era de R$ 280 milhões, mas saltou para R$ 1,3 bilhão no ano passado. O esporte sempre teve um lugar secundário na agência da política pública, mas passa por um ciclo de fortalecimento e encontrará muitas oportunidades nos próximos dez anos.

ME: E a Lei de Incentivo ao Esporte, como se enquadra nesse cenário? Como tem sido a reação das empresas?
RC: A Lei de Incentivo ao Esporte é relativamente nova, mas já proporcionou alterações significativas na estrutura da empresas. Várias delas começaram a criar setores específicos para avaliar a visão da companhia e as oportunidades que existem para projetos no esporte. A Lei de Incentivo ao Esporte surgiu em um contexto positivo, mas ainda tem pouco tempo de vigência.

ME: Você considera a Lei de Incentivo ao Esporte como algo consolidado?
RC: Já houve mais de R$ 150 milhões investidos em dois anos, com mais de 1,5 milhão de pessoas beneficiadas, mas a lei ainda não usou todo o potencial que tem. Tivemos uma movimentação pequena dentro do universo que existe. E o que nós vemos é que ainda existe muito desconhecimento de empresas e de proponentes.

ME: Como é feita a seleção de projetos atualmente?
RC: A Lei de Incentivo, propositalmente, não é restritiva. Temos apenas uma restrição sobre quem pode apresentar projetos, que não podem ser feitos por pessoas físicas. A comissão que avalia é formada por membros do governo e da sociedade civil, pessoas que buscam referências para ter um equilíbrio e enriquecer a compreensão da sociedade.

ME: Por que o número de projetos é tão inferior ao volume de apresentações? O que falta para melhorar o aproveitamento?
RC: Nossa intenção é aprovar o maior número possível de projetos. O número de registrados é grande, mas a matriz do esporte no país ainda carece de um desenvolvimento. Falta expertise nos projetos, e qualificar gestores é um grande desafio nosso para os próximos anos. É fundamental formarmos pessoas capazes de aproveitar esse recurso que está aí.

ME: Qual é a projeção da Lei de Incentivo para este ano?
RC: O balanço de 2009 ainda não está fechado, mas a expectativa é que tenhamos o triplo de projetos em comparação com o ano anterior. Isso mostra que a Lei de Incentivo ao Esporte está crescendo e se consolidando. Tomamos medidas para acelerar os projetos, para não termos mais de 90 dias entre a apresentação, a apreciação e a definição.

Em 2007, tivemos 629 projetos apresentados e 416 aceitos. No ano seguinte, 666 projetos apresentados e 260 passaram. O número caiu drasticamente porque 80% do que chegava para nós não tinha nem a documentação necessária. Começamos a barrar logo por aí. Desde fevereiro, projeto sem documentação não forma sequer um processo.

ME: E desde que a lei começou a funcionar? A evolução está dentro de suas projeções?
RC: O crescimento tem sido dentro do esperado. É difícil fazer qualquer balanço sem que exista um histórico, e dois anos não são suficientes para criar um histórico. Teremos um cenário mais claro daqui a alguns anos, mas estamos investindo para intensificar o crescimento.

ME: Os recursos da Lei de Incentivo ao Esporte são bem distribuídos pelo país?
RC: Um dos problemas da lei é a concentração. 92% dos recursos captados estão divididos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com 22%, 10% e 60%. Esses dados nos fazem voltar à questão da expertise, que ainda é pouco abrangente. Precisamos aproveitar mais para crescer, e para isso precisamos de mais qualidade. O grande desafio que temos pela frente agora é qualificar a gestão do esporte em todo o país.

ME: Você fala constantemente sobre o volume de recursos liberados, mas nem tudo isso vira apoio efetivo. De tudo que é aceito em projetos, quanto é efetivamente captado com empresas?
RC: Existe uma taxa de 30% do que é liberado que consegue efetivar a captação. Isso nos mostra que temos alguns desafios. O primeiro é aumentar a efetividade, divulgando a possibilidade que as empresas têm e mostrando a elas como funciona. Companhias não apoiam qualquer projeto. Em geral, elas preferem não alocar recursos se o projeto não transmitir total segurança. É um trabalho de divulgar a legislação, melhorar os projetos e dar credibilidade ao setor.

ME: Por que existe a restrição de não liberar verbas diretamente a atletas?
RC: Essa é uma questão complicada. É difícil colocar dinheiro público nas mãos de uma pessoa física. Não podemos simplesmente depositar verba do governo na conta de alguém, ainda que o fim seja positivo. Mas não encaramos isso como um fator limitador, já que o atleta pode fundar sua instituição. O projeto da Isabel Swan para as Olimpíadas de Londres-2012 captou dinheiro incentivado. Para isso, criou uma entidade.

ME: Mas isso não estimula a utilização de “laranjas”?
RC: A lei não limita o proponente, mas estimula uma interação entre atletas, federações, confederações e empresas. A ideia é que surjam parcerias, mas nada impede que um atleta crie sua própria instituição. Temos aí as fundações como Gol de Letra, Bola pra Frente e IEE. Eles nos mostram que isso é possível sem que sejam usados “laranjas”. Boa índole e má índole existem em qualquer segmento. O desafio é encontrar um equilíbrio e criar regras que se aproximem de realidades diversas.

ME: Você considera correto o direcionamento dos recursos?
RC: Mais importante do que discutir para quem vai o recurso é buscar maneiras de aproveitá-lo totalmente. Temos um espaço de crescimento muito grande ainda. Se tivermos mais qualidade nos projetos e um número maior de inscrições, poderemos atingir um volume mais próximo do limite. Mais do que discutir se A é beneficiado ou B é preterido, é importante usarmos tudo que a lei nos oferece.

ME: O São Paulo captou dinheiro via Lei de Incentivo ao Esporte para construir um centro de formação de atletas em Cotia-SP. É legítimo usar dinheiro público para a construção de uma obra da iniciativa privada?
RC: Na época em que o São Paulo Futebol Clube apresentou o projeto, fizemos uma consulta aos órgãos de controle e não houve veto à possibilidade. Recentemente, uma portaria delimitou o caso de construções. Em caso de emprego de dinheiro público, é preciso que os clubes ofereçam contrapartidas de uso para a população. É razoável construir equipamentos que contam com Lei de Incentivo ao Esporte e não seriam erguidos sem ela. O Maria Lenk e o Velódromo foram feitos com recurso público, mas são administrados pelo COB. Da mesma forma, o São Paulo Futebol Clube é um clube social. Não se trata de uma empresa, e essa peculiaridade precisa ser considerada.


Newsletter do dia 15/07/09

15/07/2009

Destaque para a Entrevista com Silvio Vaz, presidente da Fundação Vale, que foi publicada no site da Máquina do Esporte

São Paulo solicita orçamento para receber a MotoGP

Fonte: UOL

Da Redação

O Brasil pode estar próximo de voltar a receber uma etapa do Mundial de Motovelocidade (MotoGP, 250cc e 125cc). A prefeitura de São Paulo trabalha para ter, no autódromo internacional de Interlagos, as provas da categoria em 2010.

De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, uma carta foi enviada a Carmelo Ezpeleta – presidente da Dorna (empresa que detém os direitos da Motovelocidade) – solicitando as condições e o orçamento para a realização da etapa.

A idéia da prefeitura paulistana é receber a série no primeiro semestre do ano que vem. O calendário oficial da categoria deve ser divulgado entre outubro e novembro desse ano.

Brasil – O Mundial de Motovelocidade não é novidade em São Paulo e, muito menos, no Brasil. A pista de Interlagos recebeu a categoria em 1992. A cidade de Goiânia (GO) foi a primeira no país a acolher as motos em 1987. A série correu por lá até 1989.

O Rio de Janeiro (f) recebeu nove provas entre 1995 e 2004. Todavia, desentendimentos entre a prefeitura da cidade maravilhosa e a organização da Motovelocidade levaram a não renovação do acordo.

Na última prova em solo brasileiro, na MotoGP, a vitória foi do piloto Makoto Tamada (Honda). Kenny Roberts Jr, de Suzuki, fez a pole-position. Valentino Rossi, já na Yamaha, abandonou.

Dos pilotos daquela época que ainda estão em atividade hoje: Nicky Hayden (Honda) foi o 3º, Loris Capirossi (Ducati) o 4º, Colin Edwards (Honda) o 6º e Marco Melandri (Yamaha) chegou em 13º lugar.

Máquina do Esporte lança academia em SP

Fonte: Máquina do Esporte

A Máquina do Esporte e a Score Sport Business apresentam, no próximo sábado, dia 18 de julho, a criação da “Academia Máquina do Esporte”, primeiro programa para atualização de conceitos sobre a indústria do esporte no Brasil.

O lançamento acontecerá entre 14h e 17h do sábado. Será feita uma apresentação sobre o projeto de cursos da “Academia Máquina do Esporte” e também haverá uma aula sobre a História do Marketing Esportivo no Brasil e no mundo, ministrada por Georgios Hatzidakis, diretor de esportes da Uniban, sócio da agência de eventos Olimpia Sports, presidente da Associação Brasileira de Desporto Educacional (Abrade) e um dos maiores estudiosos sobre o tema no país.

Para Erich Beting, sócio-diretor da Máquina do Esporte, a Academia marca a entrada do principal veículo sobre marketing esportivo do país numa nova fase, que é a contribuição para a atualização constante dos profissionais envolvidos no esporte.

“Geralmente todos os cursos e eventos voltados para a área atingem o profissional que já está inserido no mercado ou o estudante que quer entrar nele. Queremos ir além, e oferecer uma atualização de conceitos, tendo como palestrantes quem está no mercado, trazendo a visão de quem faz o dia-a-dia do esporte”, diz.

“A Academia traz a possibilidade de acesso direto aos principais players da indústria do esporte e, também, amplia as oportunidades de network e de inserção ou recolocação no mercado de trabalho”, complementa Rafael Plastina, sócio-diretor da Score, parceira na organização do evento.

O evento de lançamento da Academia será realizado em São Paulo, na sede da Máquina do Esporte. O endereço é Rua Doutor Bacelar, 231 – sala de eventos. O custo da palestra inaugural é de R$ 50, com direito a coffee break. Interessados podem mandar um email para academia@maquinadoesporte.com.br.

Entrevista: Sílvio Vaz

Fonte: Máquina do Esporte

Uma das maiores empresas do Brasil vai investir no esporte. A notícia ganha ainda mais força quando o aporte previsto gira em torno de R$ 300 milhões até 2015 (pouco mais de R$ 46 mi por ano) e a marca em questão é a Vale. Com um dos maiores projetos da história da área, a mineradora pode ser protagonista da primeira grande parceria público-privada a tirar o conceito criador da Lei do Incentivo ao Esporte da teoria, cumprindo um real papel de inclusão social.

A ideia básica é estimular a atividades em seis estados brasileiros. Serão 15 núcleos com três vertentes básicas: esporte, cultura e profissionalização. O foco esportivo é a Olimpíada de 2016, que pode ser realizada no Rio de Janeiro. Crianças de Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Sergipe e Rio de Janeiro poderão aproveitar os serviços disponibilizados pela Vale.

“Vamos sempre escolher os interessados pela meritocracia, mas cada um focado em um lado. Agora, nós podemos ter um menino fazendo esporte, mas que quer um curso profissionalizante, e ele poderá fazer isso”, disse Sílvio Vaz, presidente da Fundação Vale, responsável pelo programa “Brasil Vale Ouro”, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.

Apesar de não ser totalmente calcado no benefício federal, o projeto deve passar pelo Incentivo ao Esporte. Esta deve ser a primeira grande exceção à lei, que, desde sua criação, tem beneficiado projetos de grandes entidades esportivas, que naturalmente teriam mais facilidade para captação de recursos.

O “Brasil Vale Ouro”, no entanto, deve sair do âmbito esportivo. O lado profissionalizante do plano deve levar em consideração a necessidade de cada uma das cidades atendidas, e pode servir de alternativa para a comunidade. O resultado é o enorme valor agregado à empresa de todos os lados.

“Eu acho que o principal é o orgulho de ser Vale. Você não imagina o que cada funcionário sente fazendo o bem para a comunidade. Às vezes as pessoas acham que uma mineradora só tira as coisas, mas ela está dando um monte de coisas em troca”, disse Vaz.

Leia a íntegra a entrevista a seguir:

Máquina do Esporte: Como foi feita a escolha da natação, do judô e do atletismo?
Sílvio Vaz:
A escolha foi feita pelo fato de serem esportes individuais. Fomos conversar com o secretário de alto rendimento e os presidentes das confederações. Essas são as três modalidades que mais nos trouxeram medalhas.

ME: E como vai funcionar essa integração entre os núcleos?
SV:
Na verdade, a gente tem toda a organização para os três esportes individuais. São cem atletas, com 30 de altíssimo rendimento em cada modalidade. São pessoas que alcançaram o índice internacional, e cerca de dez técnicos para o acompanhamento.

ME: O que cada núcleo vai oferecer?
SV:
Estamos programando 15 núcleos. Esses núcleos trabalham os lados físico, emocional e intelectual. Trabalharemos os esportes, assim como a dança, o teatro e a música. O teatro que estamos construindo em Tucumã [sudeste do Pará], por exemplo, é uma sala de cinema para a comunidade, com filme para o pessoal em todos os sábados. Na parte profissionalizante, vamos fazer projetos dentro da realidade de cada núcleo. Pode ter hotelaria, enfermagem e construção civil, entre outros. E na área rural vamos ter um atendimento mais específico. Mais do que a profissionalização, a escola vai ser o centro de gestão do desenvolvimento econômico local. Vamos ter ligação com os pais desses alunos, com um centro de recepção das mercadorias que eles produzem. E vamos ajudar no processamento e na distribuição dessa produção. Esse é o modelo da estação de conhecimento de rural.

ME: Como funciona esse curso profissionalizante?
SV:
Em grande parte das regiões em que estamos presentes, vemos o ensino fundamental com muita gente. Já o médio leva só 30% das crianças. Elas somem da escola porque precisam trabalhar e ganhar dinheiro. Então precisamos de cursos que gerem valor, para que eles saiam com 18 anos e uma profissão que dê renda. Senão, ele não quer estudar porque entende que vai perder tempo. Além disso, nós temos de sistematizar o conhecimento para treinar os meninos como técnicos de tudo isso, para que eles saiam de lá entendendo sobre o assunto.

ME: Quem está apto a participar de tudo isso?
SV:
É pela meritocracia, mas sempre com tudo gratuito. São sempre os melhores, tanto no esporte quanto na cultura. Queremos fazer um processo de seleção com todas as escolas de todos os lugares. Nós ainda tivemos o apoio de uma equipe de doutorandos da USP, que formam uma equipe de detecção de talentos. Eles vão fazer testes de aptidão, físico, motivacional, psicológico e até de DNA. Isso já foi feito para 30 atletas, e vamos acompanhar isso durante todo o tempo para ver quais os fatores que mais interferiram na transformação em atletas de alto nível.

ME: Mas os alunos serão divididos de acordo com o interesse?
SV:
Sim. No esporte, por exemplo, o foco é a parte esportiva. Você tem a parte de motivação, psicológica e uma série de dados que serão usados para a seleção, mas o principal é saber quem ganhou a corrida, ou a luta. Cada um vai estar focado em um lado, mas nós podemos ter um menino que está fazendo esporte e quer ser um técnico esportivo. Ou ele pode também fazer esporte e querer fazer um curso de pedreiro. Tudo isso vai ser possível.

ME: O que a Vale ganha com tudo isso, além dos profissionais que ela já forma e pode empregar?
SV:
Nem diria que esse lado de contratação é tão relevante. Nós já temos um centro de treinamento muito focado nisso, sabendo exatamente o funcionário que precisa. Essa é uma parte muito mais social, que não tem muito a ver com os negócios da Vale. Eu acho que o principal é o orgulho de ser Vale. Você não imagina o que cada funcionário sente fazendo o bem para a comunidade. Isso faz bem para ele. Ele se sente mais orgulhoso do que faz. Às vezes as pessoas acham que uma mineradora só tira as coisas, mas ela está dando um monte de coisas em troca. Além disso, ela entra no âmbito do desenvolvimento econômico e humano, e ainda melhora a visão e a aceitação da comunidade. Todo mundo gosta de fazer o bem. Você tendo a possibilidade de fazer isso, aumenta o orgulho de ser brasileiro. O esporte mostra determinação, comprometimento e vontade. São valores importantes para a vida. Acho que todo mundo ganha. Se a Vale quer, a sociedade quer, a Prefeitura quer, porque não fazermos? Nós queremos contribuir com ações estruturantes na nossa comunidade.

ME: No projeto, vocês vão usar o Círculo Militar de Deodoro como centro de excelência. Como é reativar um dos principais aparelhos esportivos do Pan de 2007, que estava sendo sub-utilizado desde então?
SV:
Eu acho que o equipamento físico é físico. Não tem nada que mude isso. Quando você tem material humano é que você consegue alterar alguma coisa. O que foi construído ali estava quase parado. A única coisa que tem lá é a piscina, que ainda assim precisa de melhoras. Estamos fazendo os dojo [para uso do judô] e toda a parte de alojamento, pistas de atletismo. É um investimento da ordem de R$ 10 milhões. Mas o principal não é o físico. O mais difícil é o treinamento dos atletas olímpicos. Não estamos querendo pôr a máscara em um atleta feito. Não quero trazer um craque e estampar Vale. Queremos construir um trabalho com um garoto de seis anos de idade, que se torna vencedor na vida e pode até ser um atleta olímpico. Até porque a gente sabe que vão sair muito poucos até lá. Até 2015 serão 30 mil crianças atendidas.

ME: O investimento total de cerca de R$ 300 milhões coloca a Vale como uma das maiores investidoras da história do esporte. Como vai ser lidar com esse título e esse peso?
SV:
O bacana é que não é um peso inteiro nas costas. No caminho, você encontra um monte de gente que quer participar com você. No evento da última terça, quando lançamos o projeto, por exemplo, quatro empresas falaram diretamente para mim que queriam ser nossas parceiras. E cada uma dessas empresas vai poder entrar pela Lei de Incentivo. Nós temos a capacidade de captar esses recursos, e você acaba não carregando sozinho. É impressionante como os parceiros começam a surgir. Desde o começo eu falo que Cuba tem dez milhões de habitantes. Nós temos 190 milhões e mesmo assim estamos muito atrás, mesmo tendo uma economia muito maior. Não é possível que aconteça isso. Se a gente puder fazer um pouquinho, já vamos conseguir mostrar o Brasil para o mundo em termos de organização e envolvimento. Quando você ganha uma medalha olímpica, é uma mostra para o mundo da sua atuação social. Isso é muito importante e é possível de ser feito.


Newsletter 30/06/09

30/06/2009

Ministro dos Esportes anuncia verba de R$ 2 mi para Santa Bárbara

Fonte: Prefeitura de Santa Bárbara

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O ministro dos Esportes, Orlando Silva, esteve na tarde desta segunda-feira (29) no gabinete do prefeito Mário Heins para anunciar uma verba de seu ministério de R$ 2 milhões para a cidade, com uma contrapartida da Prefeitura de R$ 400 mil. Essa verba será destinada para a primeira fase de construção do centro aquático municipal, que será instalado ao lado do Parque Araçariguama, com área construída de 3.600 metros quadrados.

O projeto completo do centro aquático prevê a construção de diversas piscinas, quadras e salas de aula. Nessa primeira fase, serão construídos a piscina olímpica e os vestiários. A cobertura e aquecimento da piscina virão numa segunda etapa. A verba já está disponível e a Prefeitura está elaborando o edital para publicação do processo licitatório.

A verba foi um pedido do prefeito Mário Heins ao ministro no dia 22 de janeiro, para a construção de um centro aquático com piscina olímpica para atender à população de Santa Bárbara d’Oeste. Na época, o prefeito argumentou que o município foi medalha de ouro nas olimpíadas da China, com César Cielo.

“Atendemos rapidamente o pedido do prefeito Mário Heins, que é meu amigo e esteve diversas vezes em Brasília atrás de recursos, porque o projeto já estava pronto e sabemos que sua administração tem compromisso sério com o esporte. E também não deixa de ser uma homenagem ao grande César Cielo”, disse o ministro nesta tarde, após o anúncio da liberação da verba.

O prefeito e o secretário municipal Celso Luis Tonim destacaram a necessidade de criação de opções de lazer para a população do município. Mário Heins defende ainda a construção de piscinas nos bairros da cidade, proposta que também foi apresentada ao ministro Orlando Silva.

“Esta verba de R$ 2 milhões será destinada à primeira fase da construção do centro aquático, voltado especialmente aos jovens que tenham aptidão para a natação de alta performance. E já temos projeto para construir piscinas menores em escolas dos bairros da periferia”, disse Heins.

Petrobras volta a usar Lei de Incentivo

GUSTAVO FRANCESCHINI

Fonte: Máquina do Esporte, em São Paulo

Maior usuária da Lei de Incentivo ao Esporte no primeiro ano do benefício, a Petrobras voltou a investir nesse caminho para apoiar o esporte. Anunciado na última quinta-feira, o aporte de R$ 4,47 milhões na Copa Petrobras de Handebol deve ser apenas o primeiro da estatal, que reorganiza seu programa de patrocínios após um primeiro semestre tumultuado.

“Essa volta é importante, assim como a própria lei. Nós chegamos a abrir uma seleção no ano passado, mas não atingimos um número de programas satisfatório, e os poucos inscritos não preenchiam nossas requisições. Por isso ficamos fora em 2008”, disse Thiago Luz, gestor de projetos da gerência de patrocínios esportivos da Petrobras.

Em 2007, a estatal investiu R$ 27 milhões no projeto do Comitê Olímpico Brasileiro, que pretendia preparar os atletas brasileiros para os Jogos de Pequim. A redução de sua presença no esporte, porém, pode ter interferido na decisão de voltar a apostar na Lei de Incentivo.

Desde o agravamento da crise financeira mundial, em setembro do ano passado, a Petrobras viu ruir seus principais contratos na área. O principal deles estava assinado com a Honda, que substituiria a Williams como parceira na Fórmula 1. A montadora japonesa, no entanto, optou por deixar a categoria, e a estatal não conseguiu chegar a um acordo com a Brawn GP, que assumiu o espólio da equipe.

No Brasil, o programa de automobilismo sofreu uma nova perda. A partir de uma decisão interna, a Petrobras deixou a Copa Nextel Stock Car para investir no Itaipava GT3 Brasil. Para piorar, viu a relação de 25 anos com o Flamengo chegar ao fim depois de o clube desistir de buscar certidões negativas de débito que garantiriam um novo contrato.

Após tudo isso, encontrou espaço para investir no projeto da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), que pretende ampliar sua base de praticantes com uma copa nacional de estudantes. Segundo a Petrobras, o fato de o aporte ser destinado a uma entidade que já é parceira (a modalidade recebe R$ 2,8 milhões anuais da estatal) não indica que esse modelo de projeto será privilegiado.

“Tudo isso vai depender da análise. Essa proposta chamou a nossa atenção porque reúne tudo que nós queremos. Mas isso não quer dizer que faremos só com quem já conhecemos. Nós estamos abertos”, disse Luz.


Newsletter 23/06/09

23/06/2009

TERÇA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2009 – 08h22

Máquina e USP promovem curso em SP

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, em São Paulo

Entre os próximos dias 29 de junho e 2 de julho, a cidade de São Paulo abrigará a II Semana do Marketing Esportivo, organizada em parceria pela Máquina do Esporte e pela Empresa Júnior da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFEUSP).

O evento contará com oito palestras com temas relacionados à gestão esportiva. Participarão dos debates profissionais que estão presentes no dia-a-dia do mercado esportivo, dando aos alunos rara oportunidade de interação e troca de conhecimento com profissionais da indústria.

É o segundo ano consecutivo em que a Máquina do Esporte e a Empresa Júnior se unem para realizar uma semana de debates sobre gestão e marketing esportivo.

“Como principal veículo do país sobre marketing esportivo, temos de fazer ações que contribuam para o desenvolvimento do esporte como negócio no Brasil. Para nós, é importante essa associação com a Empresa Júnior para contribuir no crescimento da indústria esportiva”, afirma Erich Beting, sócio-diretor da Máquina do Esporte.

Beting será o responsável pela abertura da Semana, trazendo como palestra inicial um panorama sobre a evolução da gestão esportiva no Brasil, partindo do começo totalmente amador dos clubes sociais até a complexa estruturação de uma agremiação na atualidade.

Depois dele, será a vez de Luiz Felipe Santoro, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo (IBDD) falar sobre o direito desportivo inserido no conteúdo da gestão esportiva.

Na terça-feira, segundo dia de palestras, Georgios Hatzidakis, diretor da Uniban e presidente da Associação Brasileira de Desporto Educacional (Abrade), falará sobre organização de eventos esportivos, contando, entre outros, sobre o caso do JUP, os Jogos Universitários Paulistanos. Na sequência, Mauro Holzmann, diretor da Traffic Arenas, explanará sobre a gestão de arenas esportivas.

O terceiro dia de evento terá abertura às 9h com palestra sobre licenciamento esportivo. Depois, Fabiano Redondo, diretor de marketing da Confederação Brasileira de Handebol, falará sobre o marketing na modalidade.

As palestras se encerram no dia 2 de julho, com Rafael Plastina, sócio-diretor da Sport Track, principal empresa do ramo de pesquisas sobre hábitos de consumo ligados ao esporte. O executivo falará sobre o esporte na visão do consumidor.

O ciclo de debates se encerra com a palestra “O marketing de uma marca esportiva”, com palestrante ainda a ser confirmado.

As inscrições custam R$ 250. Assinantes da Revista Máquina do Esporte têm 10% de desconto, enquanto que os alunos da USP pagam R$ 180. Mais informações podem ser obtidas no site oficial do evento.

SEGUNDA-FEIRA, 22 DE JUNHO DE 2009 – 17h00

COB celebra medalhas e “esquece” clubes


GUSTAVO FRANCESCHINI
Da Máquina do Esporte, em São Paulo

O Comitê Olímpico Brasileiro divulgou, nesta segunda-feira, uma mensagem de apoio e celebração às 68 medalhas conquistadas por brasileiros em competições internacionais no último fim de semana. O documento serviu para ressaltar a importância da lei Agnelo/Piva para os esportistas, e “esqueceu” do papel dos clubes na preparação dos mesmos.

“Os atletas brasileiros estão constantemente representando o país em competições internacionais. É importante alcançar resultados como esses para ratificar a importância do trabalho desenvolvido conjuntamente entre o COB e as confederações, e a responsabilidade com que os recursos da lei Agnelo/Piva estão sendo aplicados para o desenvolvimento dos esportes olímpicos no Brasil”, disse Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esportes da entidade.

Os resultados em questão vieram de duas modalidades. No Aberto de Paris de Natação, preparatório para o Mundial do esporte, os brasileiros conquistaram 15 medalhas, sendo cinco de ouro. Já no Sul-Americano de atletismo, realizado no Peru, foram 53 medalhas, sendo 16 de ouro.

O comunicado reforça a tese do COB, segundo a qual os recursos da lei Agnelo-Piva não devem deixar as mãos das confederações. Em fevereiro deste ano, as agremiações lançaram o Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (Confao), que pleiteou uma nova divisão com o Ministério do Esporte.

“Esse que é a grande coisa que nos incomoda. Nós fazemos e aí o Coaracy [Nunes, presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos], de quem eu gosto muito, e diz que a Confederação está pagando. Não dá para querer que o clube banque a seleção. Os atletas estão viajando em algumas competições pelo COB, mas é para isso mesmo que eles existem”, disse Sérgio Bruno Zech Coelho, presidente do Confao.

A disputa aqueceu o debate sobre o benefício federal e chegou a mobilizar o Ministério do Esporte, que formou uma comissão para avaliar o assunto. O grupo não conseguiu concluir o estudo no prazo inicialmente estipulado, de 60 dias, e arrasta um desfecho até o momento.

Atualmente, apenas o COB e o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) recebem e verba proveniente das loterias. Os clubes, por sua vez, entendem que merecem parte desse bolo por sustentarem os esportistas na maior parte do ano.

UFRS Promove Seminario Olimpico Com Grandes Nomes Do Setor.

Fonte: Blog do Murray

Junho 23, 2009

SEMINÁRIO: FILOSOFIA, PESSOA E ESPORTE

A Escola de Educação Física promove no dia 30 de junho, das 9 às 18h, o Seminário: Filosofia, Pessoa e Esporte. O evento é uma realização conjunta do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, do Projeto Esporte Brasil (PROESP) e do Centro de Estudos Olímpicos e conta com o apoio do Diretório Acadêmico e do PET da ESEF-UFRGS.

Com a participação de conferencistas da Universidade do Porto (Portugal), da Universidade Gama Filho (Rio de Janeiro) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o seminário visa a refletir e inquirir sobre as demandas por um esporte situado no eixo dos valores, da educação e da cultura. O evento será realizado na Sala de Seminários do LAPEX, Campus Olímpico (Rua Felizardo, 750 – Porto Alegre).

Serão disponibilizadas 80 vagas. O preenchimento das vagas será por ordem de inscrição. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas, a partir de 24 de junho, no site do Programa de Pós-Graduação da Escola de Educação Física da UFRGS (http://www.esef.ufrgs.br/pos). Para aqueles que desejarem certificado, haverá uma taxa de R$ 4,00. As informações sobre pagamento da taxa de certificado serão fornecidas no dia do evento. A freqüência mínima exigida para a obtenção de certificado é de 75%.

Informações adicionais podem ser solicitadas pelo telefone 3308-5866.

Programa do Seminário

9h – Palestra de Abertura

Filosofia do Desporto – filosofia das coisas simples

Prof. Dr. Rui Proença Garcia – Professor Catedrático da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Portugal.

10h30min – Mesa

Cuidado do corpo como cuidado de si

Prof. Dr. Luiz Carlos Bombassaro – Professor da Faculdade de Educação e membro do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

E se Sócrates fosse professor de Educação Física?

Prof. Dr. Alberto de Oliveira Monteiro – Professor da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

14h – Palestra

Olimpismo e o Equilíbrio do Homem

Prof. Dr. Lamartine Pereira DaCosta, Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Gama Filho, RJ e Professor Visitante da Academia Olímpica Internacional, Grécia.

15h30min – Mesa

Situação Atual e Perspectivas da Ética no Esporte

Prof. Dr. Alberto Reinaldo Reppold Filho – Coordenador do Centro de Estudos Olímpicos e Professor da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Para uma Filosofia do Esporte

Prof. Dr. Adroaldo Gaya – Coordenador do Projeto Esporte Brasil e Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Newsletter 02/06/09

02/06/2009

Falta de TV tira patrocínio no vôlei de praia
Fonte: Blog do Erich Beting

A falta de transmissão na TV das etapas do vôlei de praia já causou o primeiro baque para os atletas da modalidade. As duplas formadas por Carol e Maria Clara e Pedro Solberg e Pedro Cunha perdeu o patrocínio que tinha da Cimed.

A decisão de tirar o apoio foi tomada no início deste ano, depois que as etapas do Circuito Banco do Brasil deixaram de ser transmitidas pelo Sportv. Segundo Renan Dal Zotto, gerente de esportes da Cimed, a fuga da TV fez com que o patrocínio se tornasse insustentável para a empresa.

No segundo semestre do ano passado, a Cimed havia substituído a Medley, sua rival na área de medicamentos genéricos, no patrocínio às duplas.

O caso ilustra bem a força que a mídia tem na promoção do esporte. Uma das razões para uma empresa apoiar uma modalidade é o retorno de exposição que ela permite à marca. Se o esporte não estiver na grande mídia, a justificativa do patrocínio é praticamente inexistente, como foi agora com a Cimed.

O esporte precisa, urgentemente, entender como trabalhar melhor a ferramenta de exposição na mídia. E a mídia, por sua vez, precisa entender melhor como tirar ótimo proveito do conteúdo que só o esporte é capaz de lhe oferecer.

TV ainda emperra Mundial de handebol


GUSTAVO FRANCESCHINI

Fonte: Máquina do Esporte

A Confederação Brasileira de Handebol já assinou o contrato para receber o Mundial feminino de handebol de 2011, mas ainda está de mãos atadas. Por causa de um contrato de exclusividade para direitos de transmissão com a agência Sportfive, a Federação Internacional de Handebol (IFH, em inglês) ainda trava o marketing do evento.

O principal problema diz respeito à mídia. A CBHb pretende lucrar com a venda dos direitos para as emissoras brasileiras. No formato atual, porém, a negociação é feita diretamente com a Sportfive.

“O contrato deles termina no fim do ano. Ele provavelmente deve ser renovado, mas nós estamos tentando mudar detalhes como esse”, disse Fabiano Redondo, diretor de marketing da entidade.

A expectativa com essa propriedade é tão grande que a CBHb cogita, inclusive, comprar os direitos para revendê-lo. O mesmo, aliás, pode acontecer com relação aos parceiros de marketing.

Pela demora na definição sobre a televisão, a entidade não consegue negociar com nenhum possível parceiro. As restrições da IFH, por sua vez, podem fazer a CBHb comprar espaços dentro dos ginásios para alocar seus eventuais patrocinadores.

Justiça anula ato contra atletas do futsal

Fonte: Blog do Cruz

A Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) foi derrotada em suas pretensões de tirar de quadra os jogadores que reclamavam direitos na justiça trabalhista.

Decisão da juíza do Trabalho, Naiana Carapeba Nery de Oliveira, do Ministério Público do Trabalho, em Brasília, anulou ato da CBFS que cancelava a inscrição dos atletas que fossem parte em ações judiciais contra seus empregadores.

Na resolução (nº 6/2009) que assinou, o presidente da CBFS, Aécio Vasconcelos, argumentou que a confederação não registra contrato de trabalho profissional, pois promove apenas competições oficiais e não profissionais de futsal.

Na prática, os clubes que participam dos principais eventos da CBFS substituem o registro de trabalho na carteira profissional dos atletas por pagamentos de uso do “direito de imagem”.

“É exatamente para não deixar impune uma situação como essa, em que a CBFS pensa tudo poder, ignorando princípios e direitos constituicionais fundamentais, impõe-se sua condenação em indenização por danos morais coletivos”, sentenciou a procuradora do trabalho, Ana Cristina Ribeiro, ao instruir a ação civil pública (nº 893/2009).

A juiza do trabalho, Naiana de Oliveira, por sua vez, considerou que a resolução da CBFS “viola o direito de ação e o exercício da prática profissional de futsal”. E assegurou a todos os atletas condições de jogo em qualquer competição. No mesmo ato, a juíza tornou sem efeito todos os cancelamentos de inscrições ocorridos, fixando a pena de R$ 10 mil por violação que vier a ocorrer.

É interessante a forma ditatorial com que os cartolas agem contra jogadores profissionais. Pagam salários disfarçados de “direito de imagem”, burlam a lei não assinando a carteira profissional, transgridem leis maiores, como a Constituição Federal e se escondem por trás de um amadorismo disfarçado.

O pior que a CBFS é financiada com verbas públicas, pois tem um rico patrocínio do Banco do Brasil e dos Correios.


Notícias 26/05/2009

26/05/2009

Fipe avalia “lucro” de 58% com Pan-07

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, em São Paulo

Fonte: Máquina do Esporte

A Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) divulgou, nesta quinta-feira, que os Jogos Pan-Americanos de 2007 geraram, ao todo, uma movimentação de R$ 10 bilhões. O resultado significa um “lucro” de 58%, já que as esferas públicas gastaram cerca de R$ 4,3 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), na organização do evento.

Segundo a Fipe, quase 180 mil pessoas teriam sido contratadas direta ou indiretamente no período. A avaliação é feita sobre os números de 42 setores da economia, e mostra que o setor que mais ganhou com o Pan foi o da construção civil, que movimentou cerca de 13,8% do valor em questão.

A administração pública (13,4%), o comércio (6,6%) e o aluguel de imóveis (5,8%) vem logo na sequência do ranking. A aferição ainda mostrou que os benefícios do Pan saíram do Rio de Janeiro.
Cerca de 55,9% da produção e 60,4% dos empregos gerados pela disputa contemplaram pessoas de outros estados. O panorama desanuviado, porém, seria ainda melhor se os investimentos tivessem sido bem controlados.

Ao contrário do que se supõe a partir de um comunicado oficial do Ministério do Esporte, o investimento nos Jogos é acima da média para uma competição desse porte. Estima-se que a Argentina tenha gastado, com o Pan de Mar del Plata, de 1997, pouco mais que R$ 1 bilhão.

No Brasil, o descuido com os cofres públicos foi tão grande que o TCU ainda não concluiu a avaliação do rombo. Provavelmente, a soma deve passar da marca de R$ 5 bilhões, reduzindo o “lucro” para menos de 50%.

“Tô Nem Aí”.

Fonte: Blog do Murray

Sabem o que fez o Comitê Olímpico Brasileiro após a declaração bombática de Diego Hypólito de que há meses não recebe salários, que não se sente prestigiado e que assim será obrigado a largar o esporte? Não fez nada. Veio com aquela conversa boba, de que o COB não forma Atletas, isso é problema da Confederação e do Clube dele. Nosso objetivo é concentar esforços na campanha do Rio 2.016 Diz isso com a maior cara lavada, como se não recebesse, o próprio COB, milhões e milhões de Reais dos cofres públicos que são investidos em “admnistração interna” e gastos de campanha. Na medida em que o COB tem dinheiro, passa, sim a ter responsabilidade direta por dar atenção não somente ao ginasta, mas a todos aqueles outros Atletas Olímpicos que também vivem na penúria. Está mais do que na hora dessa gente dar lugar a gente mais jovem, com idéias e conceitos modernos, com objetivos sociais.

GP Brasil Caixa de Atletismo reúne mais de 35 mil pessoas no Estádio Olímpico do Pará

Fonte: COB

Mais de 35 mil pessoas foram ao Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, para acompanhar a disputa do 25º Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo, realizado na manhã deste domingo (24). A competição, que integra o calendário da IAAF World Tour, contou com a participação de 160 atletas de 32 países.

Dos 38 brasileiros presentes, nove ganharam medalhas. Desses, Fabiano Peçanha e Kléberson Davide ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente, nos 800m. Fabiana Murer, no salto com vara, conquistou o ouro. Keila Costa e a campeã olímpica Maurren Maggi ganharam a prata e o bronze no salto em distância. Na categoria masculina da mesma prova, Jessé Farias de Lima conseguiu a medalha de prata.

Dois recordes sul-americanos foram estabelecidos no evento. Nos 400m com barreiras feminino, Lucimar Teodoro ficou na terceira colocação com o tempo de 55.84. No lançamento do dardo feminino juvenil, a brasileira Jucilene Sales de Lima quebrou duas vezes seu recorde anterior: primeiro marcou 55,77m, depois 56,75m.

Sete brasileiros obtiveram índice de qualificação para o Mundial de Berlim, que acontecerá em agosto. Fabiana Murer, 1ª salto com vara, 4,40m; Fabiano Peçanha, 1º nos 800m, 1:44.63; Kléberson Davide, 2º nos 800m, com 1:44.65; Keila Costa, 2ª no salto em distância, 6,72m; Jessé Farias de Lima, 2º no salto em altura, 2,31m; Lucimar Teodoro, 3ª nos 400m com barreiras, 55.84; Bruno Lins, 8º tempo nos 200m, 20.48.

Fipe avalia “lucro” de 58% com Pan-07

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, em São Paulo

Fonte: Máquina do Esporte

A Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) divulgou, nesta quinta-feira, que os Jogos Pan-Americanos de 2007 geraram, ao todo, uma movimentação de R$ 10 bilhões. O resultado significa um “lucro” de 58%, já que as esferas públicas gastaram cerca de R$ 4,3 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), na organização do evento.

Segundo a Fipe, quase 180 mil pessoas teriam sido contratadas direta ou indiretamente no período. A avaliação é feita sobre os números de 42 setores da economia, e mostra que o setor que mais ganhou com o Pan foi o da construção civil, que movimentou cerca de 13,8% do valor em questão.

A administração pública (13,4%), o comércio (6,6%) e o aluguel de imóveis (5,8%) vem logo na sequência do ranking. A aferição ainda mostrou que os benefícios do Pan saíram do Rio de Janeiro.
Cerca de 55,9% da produção e 60,4% dos empregos gerados pela disputa contemplaram pessoas de outros estados. O panorama desanuviado, porém, seria ainda melhor se os investimentos tivessem sido bem controlados.

Ao contrário do que se supõe a partir de um comunicado oficial do Ministério do Esporte, o investimento nos Jogos é acima da média para uma competição desse porte. Estima-se que a Argentina tenha gastado, com o Pan de Mar del Plata, de 1997, pouco mais que R$ 1 bilhão.

No Brasil, o descuido com os cofres públicos foi tão grande que o TCU ainda não concluiu a avaliação do rombo. Provavelmente, a soma deve passar da marca de R$ 5 bilhões, reduzindo o “lucro” para menos de 50%.

“Tô Nem Aí”.

Fonte: Blog do Murray

Sabem o que fez o Comitê Olímpico Brasileiro após a declaração bombática de Diego Hypólito de que há meses não recebe salários, que não se sente prestigiado e que assim será obrigado a largar o esporte? Não fez nada. Veio com aquela conversa boba, de que o o COB não forma Atletas, isso é problema da Confederação e do Clube dele. Nosso objetivo é concentar esforços na campanha do Rio 2.016 Diz isso com a maior cara lavada, como se não recebesse, o próprio COB, milhões e milhões de Reais dos cofres públicos que são investidos em “admnistração interna” e gastos de campanha. Na medida em que o COB tem dinheiro, passa, sim a ter responsabilidade direta por dar atenção não somente ao ginasta, mas a todos aqueles outros Atletas Olímpicos que também vivem na penúria. Está mais do que na hora dessa gente dar lugar a gente mais jovem, com idéias e conceitos modernos, com objetivos sociais.

GP Brasil Caixa de Atletismo reúne mais de 35 mil pessoas no Estádio Olímpico do Pará
Fonte: COB

Mais de 35 mil pessoas foram ao Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, para acompanhar a disputa do 25º Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo, realizado na manhã deste domingo (24). A competição, que integra o calendário da IAAF World Tour, contou com a participação de 160 atletas de 32 países.

Dos 38 brasileiros presentes, nove ganharam medalhas. Desses, Fabiano Peçanha e Kléberson Davide ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente, nos 800m. Fabiana Murer, no salto com vara, conquistou o ouro. Keila Costa e a campeã olímpica Maurren Maggi ganharam a prata e o bronze no salto em distância. Na categoria masculina da mesma prova, Jessé Farias de Lima conseguiu a medalha de prata.

Dois recordes sul-americanos foram estabelecidos no evento. Nos 400m com barreiras feminino, Lucimar Teodoro ficou na terceira colocação com o tempo de 55.84. No lançamento do dardo feminino juvenil, a brasileira Jucilene Sales de Lima quebrou duas vezes seu recorde anterior: primeiro marcou 55,77m, depois 56,75m.

Sete brasileiros obtiveram índice de qualificação para o Mundial de Berlim, que acontecerá em agosto. Fabiana Murer, 1ª salto com vara, 4,40m; Fabiano Peçanha, 1º nos 800m, 1:44.63; Kléberson Davide, 2º nos 800m, com 1:44.65; Keila Costa, 2ª no salto em distância, 6,72m; Jessé Farias de Lima, 2º no salto em altura, 2,31m; Lucimar Teodoro, 3ª nos 400m com barreiras, 55.84; Bruno Lins, 8º tempo nos 200m, 20.48.


Notícias de 20 de maio

20/05/2009

Grupo ABC perto de novo Brasil 1 e VOR

Fonte: Máquina do Esporte

GUSTAVO FRANCESCHINI
Da Máquina do Esporte, em São Paulo

O Grupo ABC, de Nizan Guanaes, pode fechar, nos próximos dias, um acordo considerável no mercado esportivo brasileiro. Por meio da Maior, seu braço de conteúdo, a holding deve adquirir parte da agência Brasil 1, e já tem planos de um novo barco brasileiro na Volvo Ocean Race (VOR), que teria até uma etapa local em 2011.

“Isso está realmente acontecendo, mas ainda faltam alguns detalhes. Existem muitas especulações, e o que podemos dizer de mais concreto é que eles estão comprando uma participação grande na Brasil 1”, disse Ênio Ribeiro, sócio da Brasil 1, agência responsável pela primeira participação nacional na Volvo Ocean Race.

Por trás dessa movimentação pode estar a IMG, gigante do mercado de entretenimento que está voltando no Brasil e teria interesse de investir no projeto. Até o momento, o nome mais próximo é o de Lars Grael, que pode participar como velejador ou na gerência.

Torben Grael, na briga pelo título da atual VOR com o Ericsson 4, e Robert Scheidt, que hoje disputa a América’s Cup, são alguns dos sonhos da possível parceria. “São nomes quase óbvios, mas ainda há um longo caminho há ser percorrido”, disse Ênio.

Fora do iatismo, a Maior sonha com um grande evento do tênis no Brasil. A ideia da empresa é trazer um Masters 1000 (torneio de segundo escalão, abaixo apenas dos Grand Slams). Em entrevista ao site “Prop + Mark”, Paulo Zottolo, presidente da empresa, revelou que pode gastar US$ 8 milhões (R$ 16, 6 mi) só com esse torneio, além de outros 25 milhões de euros (R$ 70,7 mi) com a VOR.

“As prefeituras das principais cidades do país estão interessadas em apoiar a realização. Nesse caso, teremos que optar por quadras de piso rápido, mais fáceis de serem montadas que as de saibro”, disse o executivo.

Fora do esporte, a Maior ainda deve pleitear eventos culturais e grandes congressos, que já teriam até um mapeamento no país. Para a empresa, o esporte ficará concentrado no Rio de Janeiro, contando com a ajuda da Reunion. Já a cultura e as artes ficarão em Salvador, com o apoio da Mozarteum, especializada em música de concerto. Por último, São Paulo deve ser escolhida para congressos e grandes eventos corporativos.

Diálogo do retrocesso

Fonte:  Blog do Cruz

Em pleno Século 21, o Brasil político-esportivo-educacional ainda convive com o conflito de idéias sobre um tema histórico que se renova a cada governo: a prática da educação física na idade escolar. Pior: as autoridades maiores que deveriam expor os seus pensamentos e propostas para esse interminável debate, omitem-se, ausentam-se da plateia.

O mais recente seminário para discutir sobre esse assunto foi há uma semana, na Câmara dos Deputados, iniciativa da Comissão de Turismo e Esporte, reunindo cerca de 500 pessoas de todo o país. Porém, os principais debatedores, os ministros da Educação, Fernando Haddad, e do Esporte, Orlando Silva, não compareceram, a exemplo do que ocorrera no Senado Federal.

Sem novidades, os representantes ministeriais repetiram discursos de ocasião, mas com rumos opostos, que demonstram o total desencontro do governo federal nessa matéria. De um lado, o Ministério da Educação sem saber explorar a prática da educação física como instrumento da formação intelectual e de caráter dos jovens sugere “debater”; de outro, o Ministério do Esporte, aplicando o projeto Segundo Tempo, mas sem qualquer perfil pedagógico e de forte apelo eleitoral-partidário.

Assim, sem novidades, o documento final do seminário é repetitivo sob o ponto de vista do que já se discutiu há anos…

Foi da própria Câmara dos Deputados, por exemplo, a iniciativa da 1ª Conferência Nacional de Educação, Cultura e Desporto, realizada em 2001. Há oito anos, portanto, ouvia-se os mesmos argumentos de hoje. É o diálogo do retrocesso.

Enquanto isso, o Comitê Olímpico Brasileiro — totalmente alheio a essa realidade pedagógico-educacional — é o organizador e gestor do dinheiro público destinado aos Jogos Escolares, o que demonstra como o governo federal está perdido nesse assunto. Porque, na prática, o tema não evolui devido à divergência de pensamentos filosóficos e ideológicos no mesmo núcleo governamental.

Há os que rejeitam a prática de educação física, pois isso sugere formação de atletas, o que não deve, de fato, ocorrer na escola; outros, defendem essa atividade apenas como forma lúdica.

Mas faltam, principalmente, o espaço físico para as aulas, a carga horária específica, a preparação e remuneração adequada dos professores e a definição de como essas atividades poderão, de fato, agir na formação integral dos jovens.

O assunto, enfim, precisa ser tratado longe das paixões partidárias ou ideológicas, mas sob o aspecto educacional-científico que requer.

Testes de aptidão em jovens do Segunto

Tempo vão municiar politicas públicas

no CE

Fonte: Ministério do Esporte
No convênio recém iniciado junto ao governo do Ceará, no qual o Segundo Tempo passa a funcionar em todos os 184 municípios do estado, os 46.600 estudantes beneficiados serão submetidos a testes de aptidão física. Os exames serão aplicados por cerca de 150 professores de Educação Física que foram capacitados na última sexta-feira (15), por meio do Projeto Esporte Brasil (Proesp – BR). “A proposta é subsidiar a implementação de políticas públicas eficazes na área do Esporte e também nas da Saúde e Educação”, explica Júlio Filgueira, secretário Nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte.

A capacitação foi coordenada pela professora Débora Machado. O Proesp é desenvolvido pela Rede de Centros de Excelência Esportiva (Rede Cenesp), da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento e coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “De acordo com a solicitação do coordenador geral do Segundo Tempo/Ceará, a expectativa é que os trabalhos de avaliação comecem a partir da terceira semana de funcionamento do programa, ou seja, nos próximos 20 dias”, prevê a educadora.

A ação permitirá o levantamento de um conjunto de saberes. “Tais informações representam um diagnóstico das crianças e adolescentes, sobre aspectos de crescimento somático, estatuto nutricional, hábitos de vida, e aptidão física relacionada à saúde e ao rendimento esportivo”, informa Júlio Filgueira. E acrescenta: “somente teremos tais resultados se conseguirmos delinear o perfil de crescimento, de desenvolvimento somático, e dos fatores de prestação motora em crianças e jovens brasileiros estratificados por idade, gênero e região do país”, esclarece Filgueira.

Para garantir a realização de tal estimativa, 400 kits de avaliação foram doados pelo Ministério do Esporte ao governo do Ceará. Cada equipamento consta de: uma balança, uma bola de medicine Ball, uma cartilha e um CD com as instruções, quatro cones, um cronômetro, fitas métricas, rolos de fita crepe e uma trena. Graças a esse material será possível que os educadores físicos afiram os resultados dos testes de impulso, força, resistência, velocidade, etc.

Distribuição de material esportivo
A capacitação aconteceu na mesma data – dia 15 último – do lançamento da parceria entre o governo estadual do Ceará e Programa Segundo Tempo. A solenidade na Vila Olímpica de Messejana, em Fortaleza, reuniu cerca de 1.200 estudantes, entre coordenadores de núcleo e monitores.

A entrega simbólica dos kits de avaliação foi efetuada pelo ministro do Esporte, Orlando Silva e pelo secretário Júlio Filgueira. O ato somou-se à distribuição do material esportivo produzido por detentos do sistema carcerário do país e por trabalhadores carentes em áreas de risco social, nos Programas Pintando a Liberdade e Pintando a Cidadania.

Foram entregues camisas do Programa Segundo Tempo, jogos de xadrez e jogos de damas, aos representantes de três escolas que passam a desenvolver em suas estruturas as atividades do Segundo Tempo, no período oposto ao ensino regular dos alunos da rede pública. As escolas contempladas inicialmente são: Luís Raul Cavalcanti (núcleo Lavras da Mangabeira, na Região do Cariri), Iana Pereira Mapurunga (núcleo Viçosa do Ceará, na região Sobral/Ibiapaba) e Igor Pereira Pinho (núcleo Maracanaú, na região metropolitana) também receberam um kit de avaliação.

O secretário Julio Filgueira por sua vez, conclamou que todos os profissionais presentes possam repassar às crianças os valores do esporte. “Disciplina, persistência e perseverança para vocês crianças, que são o futuro e o presente do país”, disse. Em concordância com o secretário o vice-governador explicou a principal meta desta ação: “o governador Sid Gomes insistiu para que o Ceará fosse todo contemplado com o Segundo Tempo. Nossa expectativa é que o estado seja o melhor em operacionalização em todo o país”, enfatizou.

Carla Belizária
Foto: Bem-te-ví – Secretaria de Esporte – CE
Ascom – Ministério do Esporte